sábado, 22 de dezembro de 2012

Meu time do Corinthians era VERDE!

Tenho algumas histórias sobre o Corinthians, como a invasão corinthiana do Maracanã (1976), o título paulista contra a Ponte Preta (1977), o penalti defendido pelo São Marcos na semifinal da Libertadores (1999), o rebaixamento no Brasileirão (2007) e o Chelsea (2012). Essa postagem guardei para um momento especial, como dizem meus colegas do jornalismo - isso rende uma boa matéria!. NÃO, EU NÃO SOU CORINTHIANO, mas é que alguns caras não vão acreditar, ainda mais agora que são campeões do mundo. Quem é colecionador de futebol de botão sabe do que estou falando: este botão é de uma série da marca Gulliver, de acrílico, década de 1970, onde os escudos dos times tinham um fundo cor para destacar dos botões em acrílico colorido. Essa arte dos adesivos era disponível também nos modelos de plástico da marca. Cada time tinha uma cor padrão: o botão do Palmeiras era verde e o selo amarelo claro; o Internacional/RS - botão vinho, selo laranja; o Santos, botão tranparente, selo violeta; o Flamengo, botão vermelho, selo azul claro; o São Paulo, botão vermelho, selo rosa (uii); o Corinthians, botão transparente, selo verde. Verde? "Não pode, de jeito nenhum!", disse certa vez meu amigo da Abaçaí Cultura & Arte, Aílton Graça, quando fomos convidados à desfilar pela Gaviões da Fiel no Carnaval de 1999, com participação dos percussionistas na ala do bumba-meu-boi. "Vocês podem tocar os pandeirões, usar qualquer figurino, mas não pode ter nada verde na roupa, nenhuma fita, eles não permitem", disse o Aílton, na época mestre-sala da escola de samba.


Botões do Corinthians em acrílico: fundo verde no selo, original da marca

Verde como a grama
Parece coisa de photoshop, mas não é. Posso garantir que na imagem só retoquei um mancha (defeito da lente). Atualmente seria inimaginável, impossível, um desrespeito às cores do timão e, pela rivalidade com o Palmeiras, uma provocação ao chamado derby paulista. Mas na época, penso que o marketing da marca de brinquedos não levou em conta tudo isso, simplesmente por não existir essa avalanche de material esportivo e de coisas relativas aos clubes, assim como, a massificação da rivalidade produzida pelos meios de comunicação e pelas torcidas organizadas ao longo dos anos. Atualmente o selo do botão da Gulliver tem texturas cinzas e as estrelas conquistadas acompanham o escudo. Bem amigos, o fato é que existiu o botão e por sorte (de colecionador) tenho um exemplar na minha coleção, o qual joguei muitas partidas com esse time. Em relação à qualidade do botão, ficava atrás dos famosos "panelinha" da Estrela, mais leves e rápidos na jogabilidade e também perdia de goleada dos times feitos de "lente de relógio". É meio pesadão, duro de fazer gol, assim como o time de futebol, na época estava a 23 anos sem título, um jejum interrompido com a chorada vitória de 1977 na final do Paulistão contra a Ponte Preta (vale um post, porque assisti com meu tio corinthiano que tinha tv à cores e "pegava" as transmissões com a antena virada pra Campinas, sensacional!). Como era costume, colocava os números  (feitos de calendário) nos jogadores para facilitar a narração dos jogos, pois a escalação era fácil decorar e os jogadores não trocavam de clubes a cada temporada. Mais ou menos assim: 1 - Tobias, 2 - Zé Maria, 3 - Moisés, 6 - Zé Eduardo, 4 - Wladimir, 5 - Ruço, 8 - Basílio, 10 - Palhinha, 7 - Vaguinho, 9 - Geraldão e 11 - Romeu. A embalagem desta série da Gulliver era uma caixa de papelão contendo os botões, goleiro, bolinha, batedeira, trave grande (de plástico para montar) e um folheto em p&b com o histórico do clube (da minha coleção, restou apenas a caixa do Palmeiras, é claro). Fica a mensagem da magia do futebol de botão que transformava os participantes em times, a mesa da cozinha ou o chão da sala em campo de futebol, a fascinante confecção de times fora de catálogo, os goleiros de caixa de fósforo e a pura emoção das jogadas sem nenhum pixel de resolução dos atuais videogames. É isso aí, o meu time de botão do Corinthians era diferente!