quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Portugal e a última partida para o Brasil-14


Os "navegadores" - assim é chamada a Seleção Portuguesa de Futebol -  mudaram a rota da viagem para o "Descobrimento do Brasil-2014". Depois de ficar em 2º lugar nas Eliminatórias Européias, no grupo que classificou a Rússia, para chegar à Copa precisa superar a Suécia na repescagem. Além do equilibrado confronto Portugal x Suécia, mais seis seleções européias estão nos play-offs: Ucrânia x França, Islândia x Croácia e Grécia x Romênia. Mas o "jogo da morte" é mesmo Portugal x Suécia, porque nos 180 minutos estarão dois craques entre os melhores jogadores europeus - somente um deles virá ao Brasil. Pela Suécia, Ibrahimovic (PSG) de gols arrebatadores; por Portugal, Cristiano Ronaldo (Real Madrid), melhor do mundo pela FIFA-2008, talento em dribles e golaços. Ronaldo poderá ser o maior artilheiro português, superando Pauleta (47 gols). Eusébio (41 gols) foi o goleador da Copa de 1966, marcando 9 vezes na edição inglesa. O atacante moçambicano jogou 64 partidas por Portugal (1961-1973) e 15 anos pelo Benfica, marcando 638 gols.
Eusébio e a camisa de Portugal
(foto: "El Gráfico"/1972)
Portugal tem apenas cinco participações em Copas, fazendo sua estréia em 1966, na Inglaterra, onde terminou em 3º lugar, em campanha avassaladora comandada pelo craque Eusébio, o "pantera negra". Na primeira fase, Portugal caiu no grupo do bicampeão Brasil, com Hungria e Bulgária, classificando-se para as quartas-de-final com três vitórias (Portugal 3 x 1 Hungria; Portugal 3 x 0 Bulgária; Portugal 3 x 1 Brasil). No último jogo do Brasil na Copa de 1966, a Seleção enfrentaria Portugal, precisando vencer por 3 gols de diferença. Não aconteceu. Nem mesmo Pelé, jogando machucado e caçado pelos portugueses pode evitar a derrota. Visivelmente eliminada, a Seleção Brasileira sentiu a força do novo futebol europeu, adiando para o México'70 a conquista definitiva da Taça Jules Rimet. Nas quartas, em jogo espetacular, Portugal perdia por 3 a 0, mas venceu de virada a Coréia do Norte por 5 a 3, com 4 gols de Eusébio. Na semi-final perdeu por 2 a 1 para a Inglaterra e, na disputa pelo 3º lugar, venceria pelo mesmo placar a União Soviética do lendário goleiro Yashin. Depois de 20 anos, voltou à Copa do Mundo no México'86, sendo eliminados na primeira fase, repetindo tal campanha na Copa de 2002 (Coréia do Sul/Japão). Com a equipe vice-campeã da Eurocopa-2004 (Grécia 1 x 0 Portugal) que tinha Figo (recordista com 127 jogos), o técnico pentacampeão Luiz Felipe Scolari e a geração de C. Ronaldo, Portugal ressurge para o futebol mundial na Copa de 2006 (Alemanha). Passados 40 anos da "gloriosa" conquista de 1966 (o técnico era o brasileiro Otto Glória), os lusitanos chegariam em 4º lugar, depois de passar por Irã, Angola, México (fase de grupos), Holanda (oitavas) e Inglaterra (quartas). Na semi, perdeu para a França, de Zidane, (1 a 0) e na disputa do 3º lugar, foi derrotada pela anfitriã Alemanha (3 a 1) que não conseguiria disputar o tetra. Na última Copa-2010 (África do Sul), Portugal estava novamente no grupo do Brasil, com Costa do Marfim e a mesma Coréia do Norte (goleada de 7 a 0). Nas oitavas, foi derrotada pelo toque de bola da Espanha. Cristiano Ronaldo, na seleção portuguesa desde 2003, pode encerrar um ciclo classificando-se para "descobrir o Brasil", ou naufragar nos mares do Norte, pois a Suécia (com 12 participações em mundiais) define a classificação em casa, no segundo jogo da repescagem.
A ilustração dos escudos de futebol de botão está baseada no uniforme número 2 de Portugal. Camisa branca, calção verde, com tipologia que a Nike usou na Copa de 2010. Na escalação, um selecionado da geração de Cristiano Ronaldo, incluindo Deco, meia brasileiro que encerrou sua carreira no Fluminense. A marca Gulliver lançou um time de Portugal, com botões cor de vinho, na série "FIFA World Cup Germany-2006", com adesivos do tipo "bandeira do país", que empobrecem qualquer coleção. Na época, paguei centavos pelo meu exemplar que ainda está lacrado. Agora, arte pronta que será adesivada no inédito botão vinho, só falta o seleccionado luso não se qualificar no agregado contra a Suécia. Ai Jesus!

Futebol de botão "Bolão" da marca Gulliver: adesivos com as bandeiras dos países

Portugal da coleção "FIFA World Cup Germany 2006": lacrado e na cor vinho


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Atlético-PR: o "furacão" ainda sopra


O Clube Atlético Paranaense tornou-se conhecido como "furacão", depois de uma sensacional sequência de 11 vitórias seguidas no Campeonato Paranaense de 1949. Goleadas por mais de 4 gols, sendo o Britânia o primeiro a ser "varrido", segundo a manchete do jornal "Desportos Ilustrados" (O Furacão levou o Tigre de Roldão). O apelido continuou durante décadas, em outros esquadrões do Atlético, sendo o primeiro clube paranaense a participar de um campeonato nacional - Taça de Prata de 1959. Nos anos 70 não conquistou títulos até o bicampeonato paranaense, em 1982/83. Voltou a elite do futebol brasileiro derrotando o Coritiba, seu maior rival no Paraná, no título da Série B de 1995. O furacão obteve sua melhor fase entre 2000 e 2005, quando conquistou um tricampeonato paranaense (2000/01/02) e o título de campeão brasileiro da Série A (2001), derrotando o emergente São Caetano. Em 2004, foi vice-campeão brasileiro sob o regulamento de pontos corridos, classificando-se para Libertadores de 2005, onde também foi vice-campeão, perdendo para o São Paulo - final brasileira que se repetiu pela última vez no ano seguinte, com Internacional x São Paulo. Seu maior artilheiro é Sicupira (154 gols) que defendeu o Atlético de 1968 a 1976. O atacante Washington é o maior goleador de uma edição de Campeonatos Brasileiros, marcando 34 gols em 2004. De 1924, o rubro-negro surgiu da união de dois clubes: Internacional e América. Seu estádio está no mesmo local desde a sua fundação. Conhecido como Arena da Baixada, o "caldeirão" do Atlético foi reinaugurado em 1999 e passa por reconstrução para a Copa do Mundo de 2014. O recorde do "furacão de 49" somente foi batido após 59 anos, em 2008, quando o Atlético conseguiu 12 vitórias consecutivas. Em 2011, continuando a saga do descenso dos campeões brasileiros, o Atlético Paranaense terminou o Campeonato Brasileiro em 17º lugar, caindo para Série B. De volta à Série A-2013, os ventos do furacão encostam no G-4, liderados pelo veterano meia Paulo Baier, em fase de gols decisivos.

Desenhei os escudinhos do furacão com base nos últimos uniformes home, fornecidos pela marca esportiva Umbro, com camisa listrada rubro-negra e calcão preto. Pra ilustrar a arte, coloquei a logomarca retrô do antigo patrocinador (Philco), em letras caixa-alta. Na minha coleção de botão, ainda tenho o time customizado do Atlético-PR. De conservadíssimo botão vermelho, disco não-cavado da Gulliver (não lembro se originalmente era um São Paulo ou Flamengo), com escalação de jornal, numeração de calendário e nome do clube (cartões da Loteria Esportiva) em cima das faixas horizontais em vermelho e preto. Relíquia dos anos 80, época que fazíamos a arte pintada à mão e, só o goleiro de caixinha tinha distintivos impressos da "Gazeta Esportiva" ou da "Revista Placar". Diversão pura, sem arquivos jpeg ou vetoriais impressos à laser em casa!

Botão da Gulliver (modelo disco não-cavado) com arte rudimentar feita à mão
para o Atlético Paranaense, no início dos anos 80