quinta-feira, 30 de maio de 2013

Grêmio: especialista em jogos de 180 min.

O Grêmio Foot Ball Porto Alegrense foi bicampeão brasileiro em 1981 e 1996, mas sua maior conquista é a Copa Intercontinental (1983) quando venceu o Hamburgo (ALE) por 2 a 1, com gols do ponta-direita Renato Gaúcho, ídolo gremista. Em 1989 foi campeão da primeira edição da Copa do Brasil, título repetido em 1994/1997/2001, sendo maior vencedor deste torneio de sistema mata-mata. Após o título da Libertadores (1983) quando venceu o Peñarol (URU), voltou a ser campeão da América em 1995, derrotando o Atlético Nacional (COL) mas perdeu a decisão do mundial de clubes para o Ajax (HOL) nos penaltis por 4 a 3. No Grêmio treinado por Luis Felipe Scolari, destacavam-se a famosa garra gaúcha, forte marcação dos volantes e atacantes com fome de gol como Paulo Nunes e Jardel, além do goleiro Danrlei. O título do Campeonato Brasileiro de 1996 foi decidido no Olímpico contra a Portuguesa de Desportos, time revelação que "quase chegou lá". O Grêmio é um dos grandes times brasileiros, de torcida fanática e alucinada, caracterizada pela cantoria e "avalanche" na arquibancada atrás do gol do tradicional Estádio Olímpico. Foi heptacampeão gaúcho de 1962-1968 e, por ser o maior rival do Internacional-RS, seu famoso patrocinador de refrigerantes teria mudado a cor da logomarca de vermelho para preto no marketing do clube. Teve seu pior momento em 2004 quando foi rebaixado para a Série B do Brasileirão com apenas nove vitórias. No ano seguinte, sob comando de Mano Menezes, venceu o jogo conhecido como a batalha dos aflitos, quando venceu o Náutico fora de casa e conseguiu o acesso para a Série A do Brasileirão. Com 36 títulos estaduais, o Grêmio disputa com o Internacional a hegemonia gaúcha, no clássico conhecido como Gre-Nal. A primeira final do clássico foi em 1961, com destaque para 13 decisões consecutivas de 1966 a 1978. Pela Libertadores da América -2013, depois de passar pela pré-fase (LDU) e fase de grupos (Fluminense, Huachipato e Caracas) foi eliminado nas oitavas de final pelo Santa Fé (COL).


Botões do Grêmio, modelo disco de plástico (fundo não cavado):
 acionamento com pouca velocidade 

No tempo dos meus "campeonatos caseiros" de botão, o Grêmio era um dos preferidos pelo modelo Gulliver (disco de plástico não cavado) que ganhava as divididas na raça e só chutava de "folha seca" para encobrir o goleiro. De difícil acionamento, com toque mais duro, esses botões precisavam de cêra no fundo, para deslizar e ganhar maior velocidade. Mais simples que os times da coleção "Futebol de Botão Gulliver" (anos 70/80) de plástico transparente chamado "cristal", este botão azul-claro do Grêmio é remanescente da minha coleção. Único com escudos originais que permaneceu, pois tive outros times desse modelo (Corinthians, São Paulo, Vasco e Flamengo) que depois de "surrados" jogando no chão, foram redecorados como o Ceará, com botão preto e escudos retrô (com as letras C-S-C). Tenho um Atlético Paranaense (botão vermelho sem escudo) decorado apenas com faixas horizontais em vermelho e preto, nome do clube (dos cartões da Loteria Esportiva), numeração tipo folhinha de calendário e escalação de recorte de jornal, tipo de botão artesanal muito comum na época, porque era difícil encontrar escudos coloridos impressos (só mesmo quem colecionava a Revista Placar, da Editora Abril). Para o Mundial da África do Sul, a marca Gulliver lançou um modelo semelhante na coleção "Futebol de Botão Oficial", com as principais seleções apresentadas em caixa de plástico, com trave grande, goleiro de caixinha (8cm x 3,5cm), bolinha pastilha e dois tamanhos de botão (cinco jogadores de 6cm e cinco de 3,5cm de diâmetro).

Do título brasileiro de 1981, quando o Grêmio venceu o São Paulo por 1 a 0, me lembro do golaço do atacante gremista Baltazar, que de fora da grande área, matou a bola no peito e de sem-pulo chutou para o gol de Valdir Peres. Pra mim, esse gol secava de vez o então goleiro da Seleção Brasileira comandada pelo técnico Telê Santana que não convocaria para a Copa da Espanha o melhor da época - Emerson Leão, goleiro do Grêmio, ex-titular absoluto do Palmeiras e da amarelinha nas Copas do Mundo de 1974 e 1978. Meus amigos sãopaulinos, pai e sobrinhos, me desculpem pois acho que vem daí minha bronca com o "salve o tricolor paulista..."


Coleção da marca Gulliver incluia botão do Grêmio,
além dos grandes times paulistas e cariocas 

sábado, 11 de maio de 2013

Atlético-MG, o primeiro campeão



Em 1971, o Clube Atlético Mineiro foi o primeiro clube campeão brasileiro, quando  o campeonato passou a ser de fato nacional, com mais representantes fora do eixo Rio-São Paulo. Desde 1959 apenas os campeões estaduais brasileiros jogavam a Taça Brasil, disputada em jogos eliminatórios até chegar-se ao campeão. Os campeonatos estaduais já estavam consagrados, havia o Torneio Rio-São Paulo, mas não um campeonato com as dimensões do Brasil. Nessa busca, a partir de 1967, o Rio-São Paulo também incluiria dois times mineiros (Cruzeiro e Atlético), dois times gaúchos (Grêmio e Internacional) e o campeão paranaense. Depois surgiram as vagas para um time da Bahia, um de Pernambuco  e, finalmente em 1971, com a participação do Ceará Sporting Club foi formado o primeiro campeonato brasileiro, como relata o jornalista Celzo Unzelte (Ediouro, 2002). Por outro lado, a Copa do Brasil iniciada em 1989 é outro torneio nacional, de jogos mata-mata, atualmente disputada por 86 clubes de todos os Estados, onde o campeão é classificado diretamente para a Libertadores. Somente em 2003, o Brasileirão passou a ser disputado por pontos corridos, sendo o campeão aquele que somar mais pontos no turno e returno, classificando os quatro primeiros colocados para a Taça Libertadores (interclubes criado em 1960).

O “galo mineiro”, chegou a quatro finais de campeonatos brasileiros, no sistema em que os times eram distribuídos em grupos, até chegarem às finais. Em 1971 foi campeão vencendo o triangular final junto com São Paulo e Botafogo-RJ. No Brasileiro de 1977, ficou com o vice na decisão contra o São Paulo em pleno Mineirão; em 1980 foi derrotado pelo Flamengo (de Zico); em 1999 perdeu novamente, para o Corinthians. Fez incríveis 19 decisões consecutivas de campeonato mineiro (de 1974 a 1990) contra o Cruzeiro, seu maior rival em Minas, vencendo 11 campeonatos no período, dos quais um histórico hexacampeonato (1978-1983). Possui 42 títulos estaduais sendo o maior campeão mineiro, além de duas Copas Conmebol (1992/1997). No Brasileirão-2005 ficou em 20º lugar, rebaixado para a Série B, assim como aconteceu nos últimos anos com os campeões brasileiros Botafogo-RJ, Vasco da Gama, Grêmio, Palmeiras, Corinthians, Coritiba, Atlético-PR, Bahia e Sport. É o atual campeão da Libertadores-2013, título inédito conquistado nos penaltis contra o Olimpia (PAR), depois de perder o primeiro jogo por 2 a 0 em Assuncão.

 
Meu time de botão do Atlético-MG (Gulliver Cristal) é da fase gloriosa dos anos 1970, onde jogadores como Reinaldo, Luisinho, Toninho Cerezo, Paulo Isidoro, Éder, eram protagonistas das jogadas no futebol de mesa. “Rei, rei, rei, Reinaldo é nosso rei”, era o grito da torcida alvinegra para o maior ídolo e artilheiro do clube (255 gols). Sempre o botão do galo disputava partidas emocionantes no Xalingão (campo pequeno de mesa, de cor verde-escuro) com muitos dribles, chutes de folha-seca, e muita força nas divididas, por ser mais encorpado que os outros tipos de botão. Talvez isso acontecesse pela “mágica de jogar sozinho”, de decidir aleatoriamente os resultados, ou mesmo, pelo peso da camisa (no caso, do escudo!). Como disse no post do Corinthians, esses times da Gulliver Cristal eram bem lentos e pesados – mas o do Atlético não!

No Brasileirão-2012 foi segundo colocado (20 vitórias, 64 gols), excelente fase que se extende a classificação na Libertadores-2013 como melhor primeiro lugar da fase de grupos, eliminando o tricampeão São Paulo. Até o momento, o confronto do ano é mesmo Atlético-MG x São Paulo. Em quatro partidas os mineiros comandados por Ronaldinho Gaúcho venceram três vezes o tricolor de Rogério Ceni, maior goleiro da história do clube do Morumbi. Após o retorno ao Brasil pelo Flamengo, Ronaldinho jogando em grande fase, “arquitetou” a eliminação sãopaulina em lances que misturam a malícia “de beber água de Rogério Ceni na pequena área”, passes milimétricos, dribles desconcertantes de quem já foi o melhor do mundo (pelo Barcelona em 2004/2005), até fechar com um chocolate na vitória de 4 a 1 no Estádio Independência. Vale jogar uma partida de botão com direito à arte dos escudos desenhada com a foto de Ronaldinho, atual ídolo atleticano. E por que não, um bom goleiro (caixinha oficial) do Vitor, herói da conquista da Libertadores-2013, pegando penaltis contra o Tijuana, Newells e Olimpia. 

Futebol de botão Gulliver Cristal: destaque para o 9 do artilheiro Reinaldo