quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O São Paulo antes da Libertadores


Seis times brasileiros estão na disputa da Copa Libertadores da América - 2013 entre eles o tricampeão São Paulo Futebol Clube que está no grupo 3 do Atlético-MG. Com seis títulos nacionais, seria o maior vencedor do Campeonato Brasileiro que começou a ser disputado em 1971. E foi até 2010, quando a CBF unificou os títulos nacionais conquistados anteriormente, caso das edições da Taça Brasil e Taça de Prata, campeoanatos com menos equipes e sem a divisão em séries do atual brasileiro. Com isso, Palmeiras e Santos, ambos com oito conquistas estão na ponta dos maiores campeões do Brasil. Ainda em 2010, o tricolor paulista ganhou o direito da chamada “taça das bolinhas”, troféu do Campeonato Brasileiro que seria entregue definitivamente ao primeiro pentacampeão. O São Paulo fundado em 1930-35, de fato, somou antes as cinco conquistas (1977/1986/1991/2006/2007/2008), mas o Flamengo e a CBF criaram a tal polêmica, pois o mengão considera seu o título da Copa União (1987), organizada por 13 clubes tradicionais e depois chamado de módulo Verde. Na ocasião, o time carioca recusou-se a jogar a finalíssima contra o Sport Club Recife, campeão do módulo Amarelo, organizada pela CBF com outros times considerados da 1ª divisão, como o Guarani-SP.
Não vou falar das conquistas das Libertadores (1992/1993/2005) e também dos três Mundiais (que assisti contra minha vontade!) porque devo destacar o primeiro título brasileiro de 1977, vencendo o Atlético-MG em pleno Mineirão. Este é mais um episódio dos tempos do jogo de botão com os amigos (sim, eu tinha um amigo são-paulino!) e do futebol de rua (com golzinho livre, aquele feito de chinelo ou tijolo). Não lembro se assisti a final na minha tv General Eletric preto & branco ou se na Philips colorida do meu primo são-paulino. Meu nome Leonidas vem do meu pai, são-paulino não-praticante, mas que também me levava ao estádio, como na inauguração do CIC “Walter Ribeiro”, em Sorocaba, quando o São Bento perdeu por 1 a 0 para o São Paulo debaixo de muita chuva. Décadas antes, o atacante Leônidas da Silva (ex-Flamengo) - o "diamante negro" e seu gol de bicicleta - foi a grande contratação do São Paulo em 1942, resultando nas conquistas dos títulos paulistas de 1943, 1945/1946 e 1948/1949 que elevou o tricolor do Morumbi ao lado dos consagrados Palmeiras e Corinthians.
Na década de 70 o time tricolor ficou com o vice do Brasileiro de 1971 e, já flertava com a Taça Libertadores em 1974, quando perdeu a final para o Independiente da Argentina por 1 a 0. Até chegar ao título inédito do Campeonato Brasileiro de 1977 (disputado por 62 clubes divididos em grupos) cuja final aconteceu em 5 de março de 1978. Esta foi a primeira decisão de título disputada nos penaltis, (0 a 0 no jogo) também marcada por um pisão do volante Chicão no atleticano Angelo, depois que o jogador já estava se arrastando após sofrer um carrinho. Jogando sempre com muita raça no São Paulo e na Seleção Brasileira, Chicão foi escalado pelo técnico Cláudio Coutinho na Copa de 1978 no jogo contra a Argentina, anulando os craques Kempes e Ardiles. O meu time de botão do São Paulo é da marca Estrela, vermelho, modelo panelinha com escudos, que está na minha coleção desde 1980. Antes tinha um São Paulo da Gulliver, de plástico, que de tão surrado virou outro time (Ferroviária-SP, com escudos desenhados à mão livre). Tive outro do São Paulo também da Estrela, com as carinhas dos jogadores, (jogava muito no chão da sala) mas infelizmente desapareceu antes de iniciar minha coleção. O time tinha as fotos dos uruguaios Pedro Rocha, Forlán, do ponta-esquerda Paraná (ex-São Bento), Gérson , Mirandinha e do goleiro Sérgio. Na jogabilidade, os botões da Estrela se destacam pela leveza do plástico fino que produz um “estalo” característico quando acionado pela batedeira. A marca encerrou sua produção de futebol de botão justamente com a série dos clubes com distintivos, como este "em ótimo estado" do São Paulo.
Fotos final Brasileiro de 1977


Os botões do São Paulo com os distintivos: fim da produção da Estrela na década de 70