Caros leitores! Poderia utilizar jargões jornalísticos, títulos de filmes ou licenças poéticas para justificar minha volta às publicações. Prefiro ficar simplesmente com a emoção, ao saber da recuperação de um grande amigo de infância, acometido pela Covid-19, enfermidade que paralisou o mundo, em pleno século 21. Na quarentena, já havia voltado a desenhar (no Illustrator) os escudos de futebol de botão, alguns projetos parados de 2018/19, como Bahia, Juventude-RS, Avaí, Fortaleza, seguidos de Sampaio Corrêa-MA (em breve nas postagens). Aliás, Sampaio e Avaí de volta à Série B do Brasileiro em 2020, quando houver futebol, aulas, música, feiras de discos de vinil, parques e tudo mais que existia de vida social, antes do coronavírus. Foi quando dediquei a nova arte do Palmeiras ao meu amigo Nilton. Palmeirense "roxo" de sair do hospital com a camisa alviverde, ao som da canção "Help", dos Beatles. Em pleno confinamento nos desenhos, o Verdão falou mais alto!
A arte foi pensada a partir do uniforme home verde escuro, da campanha de Campeão Paulista de 2008, calção branco, listras brancas no ombro, com detalhes em vermelho na gola e no tecido. Fiz uma estilização gráfica da modelagem da fornecedora esportiva (Adidas), com estampa do patrocinador principal (Fiat) e, escudo com a estrela vermelha, referência à conquista da Libertadores de 1999. Na tipologia, usei a fonte Adidas Unity para numeração e nomes dos jogadores. A primeira vista, esbocei a possibilidade de desenhar o marcante uniforme de 99 (Rhumell/Parmalat), mas "tava na mão" a template da Adidas de outras artes, influenciado pelos vídeo-tapes retrôs dos jogos da Seleção Brasileira na Copa de 82, no canal SPORTV. No desenho do goleiro (medidas 81 mm x 36 mm), a tradicional camisa azul do Marcão. Os escudos ficaram com diâmetro de 30 mm, ideal para montagem nos botões de lentes (vidrilhas), como nos antigos Brianezi ou Crakes.
Finalizando o projeto gráfico da cartela, surgiu a ideia de listar uma escalação do "Palmeiras de todos os tempos", minha versão com craques das décadas de 1970 e 1990. Depois de pesquisar como seria esse time na opinião de jornalistas, fechei a escalação com algumas lendas que jogaram nos meus times de botão do Palmeiras. Na defesa Luís Pereira (revelado pelo São Bento), zagueiro bicampeão brasileiro (72/73), no meio-campo a segurança do volante Dudu e a maestria de Ademir da Guia, eterno camisa 10 do time. O cabeceador Leivinha (263 jogos, 105 gols pelo Palmeiras), completa o ataque ao lado dos matadores Edmundo e Evair.
Palmeiras em 1972: Luís Pereira, Leivinha, Ademir da Guia e Leão
Na Copa de 1974, a então seleção tricampeã do mundo trazia Luís Pereira (camisa 2) na zaga titular, até a estonteante derrota para a Holanda por 2 a 0, onde foi expulso perto do final. O atacante Leivinha (contratado da Portuguesa/SP em 1971), fez o milésimo gol da seleção em 1973. Convocado para o Mundial, disputou as partidas da fase de grupos, contra Iugoslávia, Escócia e Zaire. Ademir da Guia com a camisa 18, jogou Brasil 0 x 1 Polônia, na derrota pela disputa do 3o. lugar. Na partida, em razão do contraste das imagens de TV, o Brasil vestia camisa amarela e calção branco, este talvez, sem a mesma magia do "divino" da Academia.
Mais dois botões completam a reserva, com jogadores do Verdão dos anos 2000: o versátil Zé Roberto e "el mago" Valdívia, mais fôlego para eterna Academia de Futebol, como ficou mundialmente conhecido o time do Estádio Palestra Itália, nas décadas de 60/70.
O time de ouro do Palmeiras ficou escalado assim:
12. Marcos, 2. Arce, 3. Luís Pereira, 4. Antonio Carlos e 6. Roberto Carlos; 5. Dudu, 10. Ademir da Guia, 8. Leivinha e 11. Rivaldo; 7. Edmundo, 9. Evair.
E como técnico não joga futebol de botão, fica a dica para o homenageado Niltinho anotar na cartela: Oswaldo Brandão, Luxemburgo ou Felipão?
Bem amigos, só pra constar nesta postagem, o São Marcos da Libertadores e da Copa de 2002, me desculpe, mas meu goleiro do "Verdão de todos os tempos" é o Leão!
(nota: No meu time de botão, vou jogar de Lião, como diria Zagallo.)