Em 1971, o Clube Atlético Mineiro foi o primeiro clube campeão brasileiro, quando o campeonato passou a ser de fato nacional, com mais representantes fora do eixo Rio-São Paulo. Desde 1959 apenas os campeões estaduais brasileiros jogavam a Taça Brasil, disputada em jogos eliminatórios até chegar-se ao campeão. Os campeonatos estaduais já estavam consagrados, havia o Torneio Rio-São Paulo, mas não um campeonato com as dimensões do Brasil. Nessa busca, a partir de 1967, o Rio-São Paulo também incluiria dois times mineiros (Cruzeiro e Atlético), dois times gaúchos (Grêmio e Internacional) e o campeão paranaense. Depois surgiram as vagas para um time da Bahia, um de Pernambuco e, finalmente em 1971, com a participação do Ceará Sporting Club foi formado o primeiro campeonato brasileiro, como relata o jornalista Celzo Unzelte (Ediouro, 2002). Por outro lado, a Copa do Brasil iniciada em 1989 é outro torneio nacional, de jogos mata-mata, atualmente disputada por 86 clubes de todos os Estados, onde o campeão é classificado diretamente para a Libertadores. Somente em 2003, o Brasileirão passou a ser disputado por pontos corridos, sendo o campeão aquele que somar mais pontos no turno e returno, classificando os quatro primeiros colocados para a Taça Libertadores (interclubes criado em 1960).
O “galo mineiro”, chegou a quatro finais de campeonatos
brasileiros, no sistema em que os times eram distribuídos em grupos, até
chegarem às finais. Em 1971 foi campeão vencendo o triangular final junto com
São Paulo e Botafogo-RJ. No Brasileiro de 1977, ficou com o vice na decisão
contra o São Paulo em pleno Mineirão; em 1980 foi derrotado pelo Flamengo (de Zico);
em 1999 perdeu novamente, para o Corinthians. Fez incríveis 19 decisões
consecutivas de campeonato mineiro (de 1974 a 1990) contra o Cruzeiro, seu
maior rival em Minas, vencendo 11 campeonatos no período, dos quais um
histórico hexacampeonato (1978-1983). Possui 42 títulos estaduais sendo o maior
campeão mineiro, além de duas Copas Conmebol (1992/1997). No Brasileirão-2005 ficou em 20º lugar, rebaixado para a Série B, assim como
aconteceu nos últimos anos com os campeões brasileiros Botafogo-RJ, Vasco da Gama, Grêmio, Palmeiras, Corinthians, Coritiba, Atlético-PR, Bahia e Sport. É o atual campeão da Libertadores-2013, título inédito conquistado nos penaltis contra o Olimpia (PAR), depois de perder o primeiro jogo por 2 a 0 em Assuncão.
Meu time de botão do Atlético-MG (Gulliver Cristal) é da
fase gloriosa dos anos 1970, onde jogadores como Reinaldo, Luisinho, Toninho
Cerezo, Paulo Isidoro, Éder, eram protagonistas das jogadas no futebol de mesa.
“Rei, rei, rei, Reinaldo é nosso rei”, era o grito da torcida alvinegra para o
maior ídolo e artilheiro do clube (255 gols). Sempre o botão do
galo disputava partidas emocionantes no Xalingão (campo pequeno de mesa, de cor
verde-escuro) com muitos dribles, chutes de folha-seca, e muita força nas
divididas, por ser mais encorpado que os outros tipos de botão. Talvez isso
acontecesse pela “mágica de jogar sozinho”, de decidir aleatoriamente os
resultados, ou mesmo, pelo peso da camisa (no caso, do escudo!). Como disse no post do Corinthians, esses times da Gulliver Cristal eram bem lentos e pesados – mas o
do Atlético não!
No Brasileirão-2012 foi segundo colocado (20 vitórias, 64
gols), excelente fase que se extende a classificação na Libertadores-2013 como
melhor primeiro lugar da fase de grupos, eliminando o tricampeão São Paulo. Até
o momento, o confronto do ano é mesmo Atlético-MG x São Paulo. Em quatro
partidas os mineiros comandados por Ronaldinho Gaúcho venceram três vezes o
tricolor de Rogério Ceni, maior goleiro da história do clube do Morumbi. Após o
retorno ao Brasil pelo Flamengo, Ronaldinho jogando em grande fase,
“arquitetou” a eliminação sãopaulina em lances que misturam a malícia “de beber
água de Rogério Ceni na pequena área”, passes milimétricos, dribles
desconcertantes de quem já foi o melhor do mundo (pelo Barcelona em 2004/2005),
até fechar com um chocolate na
vitória de 4 a 1 no Estádio Independência. Vale jogar uma partida de botão com
direito à arte dos escudos desenhada com a foto de Ronaldinho, atual ídolo
atleticano. E por que não, um bom goleiro (caixinha oficial) do Vitor, herói da conquista da Libertadores-2013, pegando penaltis contra o Tijuana, Newells e Olimpia.
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Futebol de botão Gulliver Cristal: destaque para o 9 do artilheiro Reinaldo |
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